Jung dizia que o perigo está no homem. S. N. Goenka – responsável pela difusão da meditação Vipassana no ocidente – dizia que um homem em harmonia consigo mesmo leva harmonia ao ambiente em que está. Um homem em desequilíbrio envenena o ambiente. Você já sentiu isso?

Jung, em uma entrevista dada quando já estava bem velhinho, disse que descobriu o self dele aos 11 anos quando percebeu que havia saído de uma névoa e então ele pode dizer: “eu sou o que eu sou!” Quantos de nós já saímos dessa névoa? Quantos de nós, vez ou outra, voltamos a essa névoa e duvidamos de quem realmente somos?

O autoconhecimento nos liberta. O autoconhecimento permite que estejamos unos com nossa vontade, nosso desejo, nosso sentimento, nosso pensamento, nossa divindade. Sem autoconhecimento entramos na névoa e nos perdemos, a raiva demora a passar, a mágoa se instala, o sofrimento parece não ter fim.

Mas, infelizmente, a maioria das pessoas resiste ao autoconhecimento. Segundo Sanford, em Os Parceiros Invisíveis:

“Em geral, somente quando nos achamos num estado de grande sofrimento ou confusão, e somente quando o autoconhecimento nos oferece uma saída, é que nos dispomos a arriscar nossas estimadíssimas ideias a respeito daquilo que sentimos ser quando postos diante da verdade, e, mesmo assim, muitas pessoas preferem viver uma vida sem sentido a ter de passar pelo processo, não raro desagradável, que as leva ao conhecimento de si próprias.”

O autoconhecimento não nos livra das emoções consideradas negativas, mas nos ajuda a retomar o equilíbrio mais rapidamente. Quem está vivo vive as emoções e isso é salutar. O que é danoso é não sair e se definir a partir delas, é vivenciá-las por tempo demais.

Quando nos conhecemos, acessamos nossa essência e potencializamos nossa verdade interior. Podemos, enfim, trilhar um caminho em direção ao nosso propósito de vida.