queen-cathy-mcclellandRainha de Copas

Ser forte é muito mais que força física, mais que ser duro e rígido. Ser forte é estar integrado, ter consciência de suas fragilidades e limitações. De nada servem os músculos quando não reconhece seus pontos fracos, aí sim torna-se vulnerável.

Muita luz e força interna recheada de amor!

Namastê.


Enfrentando o “monstro” interno!

Cotidianamente somos convocados à luta, à racionalidade, à atividade. Temos que ser proativos, determinados, quase agressivos. Devemos ser mais yang do que yin, mais masculino do que feminino, mais mentais do que emocionais. A sociedade e sua cultura estabelecem que apenas agindo assim encontraremos um lugar ao sol, seremos bem sucedidos e aceitos. Essa é a maneira como aprendemos a ocupar nosso espaço e atuar socialmente. E assim fazemos, infelizmente, não só no externo, como no interno também!

Passamos a acreditar que os aspectos femininos mais atrapalham do que ajudam, o emocional cedo ou tarde descamba, que a razão é mais correta do que a intuição. Passa-se o tempo, correm-se os anos e sedimentamos, pouco a pouco, esses nossos atributos mais sensíveis, deixando-os presos, amarrados e vigiados para que não escapem inconscientemente. Relegamo-os ao rol dos indesejáveis e perigosos, dos rejeitados. Ah, nada melhor do que uma vida sem excessos emocionais, sem ressacas morais, sem falar o que não se deve e sem sentir o que não se pode! Relações estáveis e racionais, atividades controladas, tudo sem sobressaltos, sem surpresas. Pode não ser lá muito criativo e entusiasmante, mas com certeza é muito mais seguro!

E assim, vamos emparedando nossas emoções, isolando-as de nós mesmos. Ou melhor, achamos que estamos conseguindo isso, até o momento que ela escapa. Como??? Fiz de tudo para contê-la? Mas, ela escapa, inadvertidamente, e destrói anos e anos de trabalho. Coloca-nos cara a cara com o que somos, dizendo: olha para mim! eu sou você! Quanto mais negamos essa porção, mais desequilibrada ela se torna, quanto mais tentamos esconder nossa emoção, mais sensíveis nos tornamos.

O padrão de beleza avança do externo para o interno e passamos a rejeitar nossa maneira de ser e de sentir. E, quanto mais negamos o que somos, mais nos tornamos reativos ao que nos acontece. Fica mais difícil receber, observar e compreender. Quando começo a ter uma sensação, logo identifico com algo que não gosto, não gosto e tenho aversão! Não, não quero isso, não sou assim, isso não faz parte de mim! Pronto, começamos a criar um monstrinho interno que só tende a crescer. Ao observarmos, ao nos observarmos, sem julgamentos, sem pré-conceitos, sem achismos e teorias, começamos a tirar as cascas e crostas que tornam partes de nós tão feias e indesejáveis. Começamos a olhar de maneira mais clara e lúcida sobre aquilo que por tanto tempo nos pareceu intragável. Começamos a entender melhor quem somos e a gostar mais do que somos. Começamos a nos integrar internamente. Começamos a ser menos reativos. Começamos a nos consultar mais, a prestar mais atenção no que sentimos antes de tomar uma atitude. Começamos a nos sentir mais confortáveis, mais tranquilos, mais felizes com o que somos.

Difícil? Fácil não é! É necessário empenho, dedicação e muita vontade. Afinal, romper um longo processo de automatismo exige muito esforço e conscientização. Como fazer isso? Há muitas técnicas e métodos à disposição, mas cada um deve encontrar o método que mais se identifique, pode ser unindo várias técnicas, às vezes, tentando várias até chegar na que mais sentido faz no momento. E a que resolve hoje, pode não ser mais tão boa amanhã.

Mas, existe uma que é indispensável: a meditação! Medite, seja do jeito que for: sentado, em pé, correndo, nadando… Meditar não é só acalmar a mente, é se observar sem nada fazer, sem análises ou julgamentos. Quando meditamos criamos a possibilidade de unir a razão e a emoção, o mental e o intuitivo, enfim, de nos reconhecer como seres únicos e indivisíveis.


FLORAIS DE BACH – Veja aqui as essências florais que ajudam a ser forte, reconhecendo suas próprias fragilidades.


Texto: Magda Chiossi               //               Imagem: Cathy McClelland