ENERGIA DA SEMANA – QUEM TEM RAZÃO? (CAVALEIRO DE ESPADAS)
Esta semana traz a energia da racionalidade. Mas não se iluda, não será uma semana de lucidez, entendimento e sabedoria. Seria ótimo se assim fosse, a questão é que essa energia racional vem com uma boa dose de agressividade, de dicotomias internas, trazendo fortes diálogos mentais que podem se converter em falatórios sem fim ou até violência verbal. Enfim, pode ser ruim para dentro e muito ruim para fora.
A racionalidade em demasia pode tornar-se irracional. Muita argumentação e defesa das ideias pode ser uma maneira de esconder as emoções, de se distanciar afetivamente, de se proteger. É também uma forma de agredir (não dizem que o ataque é a melhor defesa?), uma agressão que reduz o outro para poder se sentir maior e validar uma enganosa autoestima.
Isso pode funcionar quando não quer se magoar, quando não quer se perceber em sua totalidade, mas também é o caminho mais curto para a solidão, para a desesperança , para a tristeza de dias tão frios quanto uma mente afiada e cheia de certezas.
Portanto, quando notar que essa agressividade mental está forte em você, pare e observe-se, pode ser que você esteja tentando buscar razões para justificar o que sente ou ainda para provar que tem motivos para sentir isso. Talvez tudo o que você precisa é encarar esse sentimento e acolhê-lo, sem julgamentos ou críticas. Encontrar alguém que te escute empaticamente para que você possa compreender que não tem nada de errado sentir o que está sentindo e que a mente não apenas está colocando lenha na fogueira!
Pense nisso!
DESAFIO: DESAPEGUE-SE! (4 DE OUROS)
Buda já dizia que nascemos para morrer, conhecemos pessoas para deixá-las e ganhamos coisas para perdê-las.
Tudo que amamos e possuímos tememos perder. E quanto mais nos prendemos a eles, mais nos tornamos dependentes e maior é nossa dificuldade de aceitar sua perda. E quanto mais nos apegamos e tentamos manter o que temos e amamos, maior poderá ser a agressividade e violência mental nesta semana marcada por pensamentos inquietantes e tensos.
Vivemos em uma sociedade tão consumista que as posses definem as pessoas. Isso já foi prá lá de discutido, não é? Então, por que tanto julgamento sobre nós e os outros pelo que usamos e pelo que temos? Por que tememos tanto perder o que conquistamos?
Em vários momentos pensamos: precisamos disso para viver! Mas, do que de fato precisamos? Quanto do que temos está relacionado à nossa sobrevivência? Ou será que a maior parte daquilo que possuímos representa segurança e necessidade de reconhecimento?
Sabemos que a morte virá, mais cedo ou mais tarde, então precisamos aprender que nada durará para sempre. Nada está seguro, nada está protegido. Experimentaremos muitas perdas, perdas materiais, perdas afetivas, perdas de todas as formas: de pessoas, de saúde, de dinheiro, de emprego, de amigos, de bens.
A compreensão e aceitação da impermanência nos ajuda a viver o presente e a desfrutar daquilo que dispomos no momento, sem criar falsas necessidades e amarras.
Os bens materiais e o dinheiro são importantes em nossa cultura, mas eles não podem nos definir e representar felicidade. As pessoas vivem seus próprios ciclos e temos que aprender a nos despedir, saudosos, mas sem melancolia. Afinal, apego não é sinônimo de amor!
OPORTUNIDADES: PRIMEIRO PASSO! (2 DE PAUS)
Tanta agressividade e tensão mental podem estar demonstrando necessidade de expansão e manifestação de quem se é. Podem representar que o seguro e o protegido estão limitando sua expressão. Você cresceu, o ninho ficou pequeno demais, é hora de voar!
Quanta coisa as realizar que apenas ficam nos sonhos! Tantas vontades que não se concretizam! Muitos projetos que não saem do papel!
Somos seres criativos, imaginativos, cheios de ideias e ideais. Temos potencial para transformar nossas vidas, nossa comunidade, nosso mundo. Temos sonhos, projetos, desejos. Tanto por realizar…
Sabemos que temos um mundo inteiro para conquistar. Sabemos que existe tanto para conhecer, aprender, viajar. Sabemos que a vida pulsa, vibra e nos convida para ir além.
O que falta é o movimento, ir para a ação. O que precisa é sair do lugar seguro e conhecido e desfrutar novos aromas, novas cores, novos sentires.
Sair da toca! Essa mesma toca que protege e restringe, que conforta e sufoca, que acolhe e paralisa. Ela continuará no mesmo lugar, pode-se voltar a ela quando quiser ou precisar. Mas é preciso ir além.
A música já está tocando, o corpo começa a sentir a vibração, basta um pequeno movimento, levantar, dar o primeiro passo e deixar que a inspiração e a intuição conduzam àquilo que a alma tanto anseia.
Que possamos manter a serenidade mental, aceitando a impermanência para que possamos abrir nossas asas e voar!
Namastê