18- A Lua

XVIII – A Lua

O Autoconhecimento é o caminho da verdade e do fim do sofrimento!

Você se conhece de verdade ou ainda vive em constante conflito consigo mesmo? Entende os fatores que te desequilibram e busca manter-se firme ou se entristece e se enraivece toda vez que sai do equilíbrio, se autopunindo por não conseguir mantê-lo?

A iluminação e o completo extermínio do sofrer são nossos maiores objetivos dessa existência. Não estamos prontos e acabados, por isso temos que trabalhar e nos esforçar para cada dia nos compreender mais. Esse é o nosso principal trabalho!

Muitas situações que vivenciamos nos confrontam e nos tiram do eixo. Podemos ficar nervosos, tristes, revoltados, magoados, surpresos… e, todo aquele trabalho de ficar bem, zen, equilibrado em poucos minutos (às vezes segundos) vai por água abaixo. Então, percebemos o quão distantes estamos do nossa tão desejada harmonia interna.

Um equilíbrio real e efetivo só é possível quando somos capazes de nos olhar por inteiro. Vasculhar cada canto, iluminar cada pedacinho e aceitar, amar e acolher tudo que encontrarmos. Escondemos de nós mesmos – conscientemente ou não – alguns aspectos que não gostamos e não queremos ter; lutamos para que eles não venham à tona e achamos que assim manteremos o equilíbrio. Isso dura até que algum fato externo acorde essa característica “monstruosa” e temos que limpar a sujeira e o rastro que ela deixa. Nos sentimos mal, consideramos que demos muitos passos para trás e nos condenamos mais um pouco por sermos assim. Arrumamos tudo e tentamos trancar, com mais cadeados, mais correntes, mais grilhões essa fera que habita em nós. Será que isso resolve?

O desenho animado Shrek apresenta um conto de fada às avessas e muito ilustrativo. A princesa, presa na torre de um castelo patrulhado por um enorme e feroz dragão, espera ser salva pelo príncipe. Até aí, nada de mais. A questão é que seu maior inimigo não é o dragão do lado de fora, seu maior inimigo é ela mesma que, ao anoitecer, transforma-se em ogra. Ela acredita que o príncipe vai salvá-la desse problema também, que nunca mais ela terá que se tornar ogra, que essa besta que reside nela irá embora juntamente com o beijo do amor verdadeiro. É  incrível, né? Sempre vem de fora nossa salvação!?! Por isso que tanta gente espera que um amor, um emprego, uma casa, um carro, resolva todas as suas infelicidades! Voltando à história… seu lado ogro não era tão terrível quanto ela acreditava, muito pelo contrário, mas ela o rejeitava por ser diferente e destoar do meio em que ela vivia, afinal uma princesa não pode ser uma ogra!!!

O quanto dessa cultura temos entranhado dentro de nós? E tudo que é diferente dela jogamos para as sombras, para baixo do tapete, para o fundo do poço. Enquanto não pudermos integrar essas diversas partes que nos compõem, nossas feras internas, estaremos sempre à mercê de sua aparição involuntária, dos “estragos” que elas podem causar. Conhecê-las, reconhecê-las e aceitá-las tiram seu aspecto monstruoso tornando-as apenas mais uma característica daquilo que somos; da beleza e maravilha do que somos!

Que possamos nos autoconhecer e autoaceitar, daí provem nossa verdadeira força e equilíbrio!

Magda Kumara

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