Pajem de Copas
Amor, amar, se amar, ser amado!
Amor! Esse amor que nos aquece, que nos acolhe, que nos conforta. Esse amor que nutrimos por homens, mulheres, crianças, animais, plantas. Esse amor que nos permite a vida. Se o amor é tudo isso, por que ele pouco aparece nas ruas, na convivência comunitária, no trânsito, no transporte público? Será que o amor deve ficar restrito ao foro íntimo?
Mas, mesmo na intimidade vemos muita coisa que não é e não há amor. Há medo de mostrar-se como é, há sedução, há estratégias para manter a relação, há teimosia, há a vontade de ser dono da verdade, há egoísmo. Demonstrações de amor muitas vezes são vistas como fraqueza, falta de autoestima. Mas não seria o amor por si próprio a maior marca da autoestima?
Há tanta confusão! Orgulho é confundido com amor próprio, vaidade é confundida com amor próprio, arrogância é confundida com amor próprio. Tudo isso pode ser qualquer coisa menos amor. Quando temos amor por nós mesmos, não precisamos provar isso para o mundo. O que sentimos nos preenche de tal forma que não há necessidade do referendo externo. Se sinto que sou uma pessoa bonita, realizada, grata pela vida não preciso declarar isso, não preciso de aplausos nem de reconhecimento.
O aprendizado do amor começa dentro de cada um de nós. Se amar não significa se achar perfeito, maravilhoso, significa reconhecer suas qualidades e também suas fraquezas; amar-se por ser tão único, amar-se por ser um aprendiz do amor!
Magda Kumara