2 de Paus – Libertando-se das opressões!
O Tarô hoje retorna uma questão que ele constantemente traz: ser e fazer aquilo que aprendemos ou aquilo que intuímos e sentimos que é nosso caminho.
Durante nossa vida somos educados – ou domesticados? – a nos comportar de acordo com o padrão de nosso entorno. Recebíamos aplausos ou vaias que iam confirmando aquilo que era legal e o que não era – algo bem pavloviano mesmo! A infância costuma ser uma fase em que aprendemos a boicotar o que queremos e sentimos em favor do afeto e atenção que recebemos quando fazemos a coisa “certa”. Na adolescência buscamos os grupos e tribos em que podemos expressar de alguma maneira essa parte que ficou oprimida – e quem não fez isso, quem foi “comportado” também nessa fase, acimentou ainda mais seu ser interno. Quando chegamos na fase adulta – ou em qualquer momento da vida – o nosso ser reprimido de alguma maneira irá se manifestar. Freud formulou o conceito do retorno do recalcado, que de maneira bem simplista, diz que os desejos reprimidos (recalques) podem “escapar” por meio de sonhos e fantasias, ou em lapsos e atos falhos, ou, ainda, em manifestações patológicas (sintomas).
Quanto mais negarmos a parcela reprimida em nós, maior o desconforto e a sensação de incompletude, porque ela se revolta contra a restrição e nossa mente, assustada, tenta criar novos e mais potentes mecanismos coercivos. É tanta energia gasta nesse processo! É tando desgaste psíquico, físico e emocional, que a pergunta que fica é: vale a pena?
Esta carta sugere que façamos uma poderosa reflexão sobre o que reprimimos em nós e por quê. Será que os motivos que geraram essa repressão ainda são válidos? O que temos a perder ao permitir a manifestação efetiva de nossa instintividade?
Uma coisa é certa, a paz que tanto desejamos ter na vida, começa dentro de nós!
Magda Kumara