5 de Espadas

 

5 de Espadas

Chega de dar murros em ponta de faca!

A derrota tem gosto amargo. Ser derrotado é algo que evitamos a todo custo, não é bom. Há até mesmo aqueles que não gostam de perder em jogos, abandonam o espírito esportivo e partem para a violência. Os estádios de futebol  estão repletos de exemplo disso. Mas. por que é tão difícil ser derrotado?

Em uma cultura que prega o sucesso como reconhecimento pessoal, a derrota é humilhante, inferioriza o ser, tira dele seu valor e sua potência. Temos o mau hábito de esperar que os outros digam o quanto valemos, nossa autoestima é medida pelo olhar do outro. E queremos unanimidade! Uma  única crítica tem o poder de jogar nossa autoestima no lixo. E o que dirá de uma derrota?

Nos sentimos derrotados quando um projeto não dá certo, um relacionamento acaba, uma promoção que aguardávamos vai para outro, gostar de alguém e não ser correspondido, perder em uma discussão, em um jogo, ser traído… E por aí vai. Se prestarmos bem a atenção, o grande derrotado é o Ego – o orgulho, a vaidade, a persona.

Em nome desse Ego, fazemos de tudo para não sermos derrotados, não aceitamos perder, forçamos a barra, vamos além do que gostaríamos e precisaríamos. Ampliamos o sofrimento, ultrapassamos nossos limites, geramos dor, ira, raiva; envenenamos o ambiente e as pessoas. E tudo isso para que?

Se não deu certo é hora de partir para outra, desistir é aprender, perder é aprender. A derrota, de fato, apenas ocorre quando não se identifica o aprendizado contido na experiência fracassada.

Magda Kumara

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