X – A Roda da Fortuna
Fim de ano, tudo novo?
Fim de ano é sinônimo de reflexão. Não tem quem não pare ao menos alguns minutos para pensar como foi o ano que termina, o que conquistou, o que perdeu, os pontos altos, os pontos baixos, as metas cumpridas, as metas que foram esquecidas pelo caminho, pessoas que chegaram, pessoas que saíram de cena mansinho ou abruptamente, os novos desafios, o velho cotidiano. E com isso vem junto o planejamento do ano que se aproxima, novas metas, novas expectativas, novos sonhos, nem tudo tão novo assim, algumas coisas são mais repaginadas do que realmente novas outras são novas edições do que não foi cumprido.
É um momento muito emblemático! Todos estão fazendo isso, parece até que essa é a única época possível para olhar para o que foi e desenhar o que será. Mas, todos os dias carregam outros 364 atrás e outros 364 a frente! E o dia de hoje, onde está?
Planejar é muito importante! O passado é aprendizado para traçar o futuro, o futuro é o desenho do desejo do presente. O desejo de hoje, pode ser diferente do desejo de amanhã, daqui a 3 dias, duas semana, cinco meses. Então, temos que planejar ou rever nosso planejamento de tempos em tempos, caso contrário ele se tornará obsoleto e trará apenas frustração pela não realização, sensação de fracasso e de incompetência. Mas, se você olhar direitinho para aquilo que havia planejado pode descobrir que já não faz mais sentido no momento atual.
Para que um planejamento dê certo ele tem que conter nossas mudanças, nossos novos desejos, nossos novos quereres. Ele tem que embarcar nossa nova ideia, nosso novo projeto, nosso novo jeito de ser. Afinal, a cada dia mudamos um pouquinho, você pode não perceber, mas estamos mudando a todo momento, e quanto mais rígidos formos, quanto mais tentarmos manter as coisas como conhecemos, mais sofremos. Mudamos e as coisas mudam. Percebemos mais facilmente as mudanças quando observamos longos períodos. Não percebemos quando um célula de nosso corpo morre, quando uma pequena ruga surge, quando um sentimento começa a se alterar; percebemos apenas quando tudo se torna maior, mais evidente. Toda mudança começa em algum momento anterior. A natureza é assim, basta observá-la e logo percebemos a beleza de seus ciclos e constantes mudanças.
Quanto mais nos apegamos ao conhecido, quanto mais desejamos manter as coisas como são, quanto mais ignoramos nossas próprias mudanças, quanto mais negamos as pequenas transformações diárias, maior é o impacto em nosso equilíbrio interno, maior é a surpresa pelos acontecimento. A beleza da vida está em permitir e reconhecer os processos, em aceitar as mudanças, em degustar os incríveis sabores de nossa própria transformação.
Magda Kumara
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