10 de Paus
Você se sente oprimido?
Li uma frase do Malcom X que parece muito oportuna: “Se você não cuidar, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.” Sempre tentei perceber o interesse da mídia quando elogiam ou criticam alguém ou algum fato. Mas, o tema aqui não é a mídia, é a opressão. Durante a história da humanidade a opressão sempre esteve presente nos mais diversos formatos: social, sexual, política, econômica, racial, religiosa. A vida em uma sociedade injusta e desigual é permeada de opressões e, por mais corretos que sejamos, acabamos por exercer ora o papel de opressor, ora o papel de oprimido.
A opressão pode vir tanto de uma ação violenta, como o abuso de autoridade, ou do sentir-se esmagado, sufocado pelo peso das responsabilidades. Somos opressores de nossos filhos e crianças em geral – mesmo que imbuídos das mais nobres intenções – e somos oprimidos por um chefe, pelas dificuldades financeiras, pelas obrigações. Temos que estar muito alertas para não compensarmos nos outros essa opressão que sentimos, oprimindo-os também, sob a forma de autoritarismo, racismo, abuso de poder, entre tantos outros.
Assim como a opressão faz parte da nossa vida social, tendemos a nos conformar com ela também em nossa vida pessoal, como se ela fosse um parente indesejado, mas real. E assim, vamos nos auto-oprimindo, invalidando nossas vontades, aliás, vontade não pode vir em primeiro plano, antes de tudo deve haver responsabilidade! E nos convencemos com frases do tipo: você sonhou e correu atrás dessa carreira, agora não vai desistir! Você quis comprar essas coisas, agora encare as prestações! Você não estava apaixonado por essa pessoa, agora assuma a responsabilidade! Aprendemos e validamos esse papel de RESPONSÁVEL, abandonamos os sonhos, acatamos muitas obrigações, gastamos tanta energia nisso que acabamos concluindo que somos necessários e importantes, quase insubstituíveis, e assim, acreditamos que somos amados e imprescindíveis.
Gastamos energia, saúde, tempo atendendo a essas demandas, respondendo às expectativas, fazendo o que é nosso”dever”. Gastamos a vida… Será que é para isso que estamos aqui?
Magda Kumara
T. (11) 9-8506.3117