5 de Espadas
Proteção desprotege!
Competição, concorrência, fofoca, puxada de tapete, falsidade… Isso lhe soa familiar? A vida social e profissional são permeadas por disputas. Disputas por cargos, disputas por pessoas, disputas por beleza, disputas por competência, por riqueza, por sucesso, por inteligência, por amor. E dentro disso tudo estamos nós.
Somos imensamente afetados por esse meio, muitas vezes hostil, mas nos adequamos a ele. Nos tornamos igualmente competitivos, não queremos estar por baixo! Queremos reconhecimento e sucesso! Todos querem! Mas, se todos querem, tenho que cuidar do que é meu! Tenho que estar em constante vigilância, atenção permanente às intenções dos outros. O que há detrás de cada sorriso? Fulano está me tratando muito bem hoje, tem alguma coisa aí! Não posso relaxar, se não sou pego de surpresa! Tenho que ter olhos nas costas!
E diante de tanta desconfiança, nos armamos e enrijecemos. Nossa armadura nos protege de ataques inesperados e também nos distancia das boas coisas trazidas pela vida. Tanta atenção impede a distração, sem distração somos tensos. Tensos até mesmo nas relações de intimidade. Afinal, qualquer um pode nos apunhalar pelas costas.
Se alguém nos olha mais demoradamente, logo perguntamos: o que foi? Nunca viu? Se alguém que amamos nos faz um agrado, logo pensamos: o que será que ele aprontou? O espontâneo perdeu a vez!
Tememos tanto o ataque ao nosso ego que nunca abaixamos a guarda. E nessa tentativa de autoproteção, nos enclausuramos dentro de nós mesmos, ficamos inacessíveis aos outros, infantilizamos nossas emoções e nos tornamos assim muito mais frágeis e desprotegidos!
Magda Kumara
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