10 A Roda da Fortuna        Tudo passa!

 

X – A Roda da Fortuna

Hoje o Tarô nos apresenta um Arcano Maior. E daí? Você deve estar se perguntando. A diferença entre um Arcano Maior (esses que vem com um número em algarismo romano) e as cartas com os mesmos naipes de um baralho comum está na profundidade do assunto. Enquanto estas representam aspectos mais cotidianos e ações de ordem prática, os Arcanos Maiores nos trazem questões que carregamos durante a vida e que precisamos encará-las e assimilá-las nessa jornada.

Então, e o que a carta da Roda da Fortuna quer que trabalhemos? Ela aborda essencialmente a impermanência de tudo, absolutamente tudo na vida. Não sei se você conhece uma historinha mais ou menos assim: “Um sábio deu de presente a um rei um anel que possuía um fecho e lhe disse: ‘Abra apenas quando você estiver desesperado, nunca abra em outra situação.’ O rei agradeceu e colocou o anel no dedo. Passados alguns anos, seu reino foi atacado por inimigos e ele estava sofrendo uma grande derrota. Estava sendo aniquilado quando lembrou do anel e o abriu. Lá estava escrito: ‘Tudo passa.’ E sem que ele soubesse explicar, a situação deu uma reviravolta e os inimigos foram rechaçados. Após tudo ter voltado ao normal, no contentamento e alegria de ter seu reino reconstruído e próspero, o rei olhou para o anel em seu dedo e tentou se lembrar o que estava escrito em seu interior. Para satisfazer sua curiosidade, ele abriu o fecho e leu: ‘Tudo passa!'”

Tudo passa porque nada é permanente. As coisas ruins passam, mas as coisas boas também. O tempo passa, a vida passa. De nada adianta nos agarrarmos às coisas e às pessoas, à infância ou à juventude, porque tudo passa. Por isso a roda gira, o que estava em cima desce, e o que estava em baixo sobe e nesse processo tudo o que podemos fazer é nos manter integrados com o que somos e sentimos.

Quanto mais nos apegamos ao momento atual (seja de prazer ou de dor), maior será nossa dificuldade de passar pela transição. Nos cegamos e sofremos. Quanto maior a resistência, maior a força contrária – não foi isso que aprendemos nas aulas de física?

Dizem que quando caímos devemos relaxar o corpo e não tensioná-lo, porque assim nos machucamos menos. Quanto mais tememos a queda, maior é a dor do baque!

Aprendamos a viver no fluxo da maré, sem querer conter as águas e nem apressá-las. Sem ansiedade e nem nostalgia. Sem medo e nem agressão.

Estejamos abertos e receptivo para aquilo que a vida tem a nos oferecer!