10 de Ouros
É impressionante como o Tarô vem batendo na mesma tecla! No dia 1º esta mesma carta foi apresentada. No conjunto das últimas mensagens está um apelo para que nossas atividades profissionais sejam uma expressão de nossa criatividade, daquilo que gostamos de fazer. Por que será que ele tem insistido tanto nisso?
Talvez esta carta – 10 de Ouros – apresente parte importante da resposta. A maior preocupação em iniciar um novo projeto está em não ter o retorno financeiro esperado ou que não esteja à altura do padrão de vida que se tem agora. Quanto mais radical for essa mudança, maior o temor.
Se as últimas carta nos invocam a fazer o que gostamos, a fugir dos condicionamentos e a nos integrarmos com nossa essência, a carta de hoje nos diz: “vai, faz o que você quer fazer, porque o dinheiro será consequência natural!” Se as outras cartas nos levavam a refletir sobre “o que você faria se o dinheiro não fosse importante?”, hoje o Tarô nos mostra que, quando fazemos o que gostamos, somos recompensados.
Por tudo isso, esta carta também reforça a necessidade de termos uma relação saudável com o dinheiro, ele nem é céu, nem inferno!
Quanto mais ele for valorizado unicamente pelo seu fim, sem considerar o prazer e a satisfação da atividade que o gera, mas apenas pela ambição de tê-lo, pelo poder que ele proporciona, mais escravo fica-se do dinheiro, maior importância ele tem na vida e maior é a possibilidade dele nunca estar na quantidade desejada.
Quanto mais o dinheiro for considerado o cancro da sociedade, que a tudo ele corrompe, que quem o busca está deixando de evoluir, mais se distancia da possibilidade de obtê-lo, pois na verdade, não se sente merecedor de possuí-lo. Considera toda ambição maléfica e tenta sufocar todo desejo de progresso financeiro. É quase um pecado querer ser mais próspero, afinal dos pobres é o reino dos céus. Com isso, afunda-se em dívidas, perde oportunidades de ascensão profissional e de melhoria econômica.
O dinheiro é o retorno obtido pelo nosso trabalho nesse tipo de sociedade que vivemos. Nas sociedades pré-capitalistas, quando as famílias não tinham tudo que precisavam para viver, havia trocas. “Eu produzi muito feijão, mas não tenho arroz, vou trocar com o pessoal do sítio ao lado!” Isso era conhecido como escambo. O resultado do seu trabalho era trocado pelo fruto do trabalho de outras pessoas. O dinheiro surgiu como maneira de facilitar essas trocas comerciais, mas hoje ele é motivo de exploração. Usemos isso como motivação para lutarmos pelo reconhecimento financeiro do nosso trabalho, mas não para negar o dinheiro em nossas vidas!
É necessário mudar a relação com o dinheiro, ele precisa ser colocado no lugar certo e usado conscientemente. Quando validamos nossos projetos e nosso trabalho permitimos que o dinheiro flua, colaborando no nosso crescimento e desenvolvimento, pois sabemos que seremos recompensados.