XIV – A Temperança
por Magda Kumara
Isso E aquilo!
Preto ou branco? Bonito ou feio? Positivo ou negativo? Legal ou chato? Yin ou yang? Temos essa irritante mania de classificar o mundo – e as pessoas também – de forma maniqueísta. Ou é bom ou é mal.
Com tudo tão polarizado, claro que não escapamos dessa definição. Somos bons ou maus? Ah, sou muito boa nisso, mas horrível naquilo! Tudo que é ruim achamos péssimo e o que é bom pode melhorar. E assim, aumentamos o fosso que criamos internamente.
Primeiramente, temos que parar com essa prática de supervalorizar nossos “defeitos”, sejam eles físicos ou comportamentais. Quem definiu o que é defeito? Em algumas famílias, ser competitivo pode ser uma qualidade, em outras, algo que precisa ser transformado. De acordo com o meio em que estamos inseridos, tentamos mudar aquilo que não gostamos em nosso corpo ou esconder – muitas vezes de nós mesmos – o que não gostamos em nossa personalidade.
Negar uma característica sua, que não é necessariamente um defeito, é viver em constante tensão. Qualquer situação gatilho pode disparar o que tanto tenta negar e ocultar e, acredite, o estrago é muito maior!
Portanto, olhe para si mesmo com ternura e aceitação. Tudo que é doce ou salgado demais é ruim, o sabor está na combinação dos elementos, na fusão dos ingredientes. Você é único, então por que quer se transformar em algo pasteurizado?
Cada um é preto E branco, bonito E feio, positivo E negativo, legal E chato, yin E yang! Essa fusão e singularidade são o sabor e a delícia de ser quem se é.