8 de Paus
por Magda Kumara
Se prender muito, arrebenta!
Você já percebeu que toda vez que adia fazer ou falar alguma coisa, seja porque não quer criar conflito, ou porque não quer magoar, ou porque acha que não tem direito, ou porque está esperando a hora certa, mas não consegue parar de pensar naquilo, mais a coisa cresce até explodir e tudo que te resta é limpar a sujeira?
Depois que o caldo entorna você pensa: segurei tanto para quê? Da próxima vez não vou segurar porque só fica pior. Hum hum, será?
Não sei de onde tiramos a ideia de que se não mexermos naquilo que nos incomoda tudo se evaporará como obra do divino espírito santo. Não evapora, não! Pode até parecer que foi embora, mas está lá, como uma cobra, pronta para dar o bote assim que for cutucada.
Conheço muitas pessoas que parecem tranquilas, calmas, serenas e, do nada, têm um ataque quase histérico. Começam a falar de coisas que aconteceram há anos, situações que já foram resolvidas há tempos – pelo menos eu achava. Tudo estava lá dentro, debaixo da placidez de seus gestos e feições. Confesso, é assustador! Mas, atire a primeira pedra quem nunca deu um piti desses!
Para evitar, não só o constrangimento, mas o desgaste dessa situação, temos que aprender a expressar essa energia que cresce em nós. Precisamos começar a descarregá-la voluntariamente,deixar que ela flua, sem retingi-la ou censurá-la. Assim, ela não se avoluma, nem toma proporções gigantescas. Observando-nos, conhecendo-nos, tirando toda crítica e negação, seremos capazes de mostrar o que queremos e o que somos sem medo… e sem explosões!