Mensagem para a semana de 14 a 20 de Julho de 2019

CARREGAR A CRUZ – 10 de Paus

Essa é uma expressão muito usada e que precisa ser melhor entendida para transformar sua representação em nossas vidas. Sempre que pensamos nela, nos vem à mente a imagem de sofrimento e abnegação. Lembra do Pagador de Promessas? Carregar a cruz é o símbolo do sacrifício, mas também do castigo. Afinal, carregar a cruz é condenação, é pagar o preço de escolhas, decisões e caminhos percorridos.

Mas quem coloca a cruz sobre nossos ombros se não nós mesmos? A cruz representa nossas responsabilidades e obrigações, e quanto mais há disso na vida, menos espaço sobra para o espontâneo, para a liberdade, para o relaxamento.

Passamos muito tempo buscando algumas coisas na vida, sejam bens materiais, ascensão profissional, construção de família… quando nos damos conta, a realização de nossos desejos representa tantos compromissos, requer tanta disciplina, que deixamos de usufruir sua conquista, e eles vão se tornando mais pesados e desagradáveis.

Mas quantos desses compromissos são realmente importantes? Quais tarefas assumimos que poderíamos delegar aos outros? Quantas coisas fazemos por querer agradar ou para que nos considerem necessários?

De nada adianta ter uma casa de campo se não tem tempo para curti-la. De que adianta proporcionar conforto à família se não tem tempo para estar com ela? De que adianta realizar um sonho se ele se torna um pesadelo?

A vida tem obrigações, mas há espaço para a leveza, o riso, a festa, o prazer, o ócio, a espontaneidade, a brincadeira, a alegria, o amor, a paz, a felicidade…

Muita luz, amor, força e esperança para mudar!

Namastê

Mensagem para a semana de 07 a 13 de Julho de 2019

FORÇA E DETERMINAÇÃO – 9 de Paus

“Desesperar jamais, aprendemos muito nesses anos
Afinal de contas não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo

Nada de correr da raia, nada de morrer na praia

Nada! Nada! Nada de esquecer

No balanço de perdas e danos, 

Já tivemos muitos desenganos
Já tivemos muito que chorar
Mas agora, acho que chegou a hora de fazer valer o dito popular
Desesperar jamais” (Ivan Lins)

Há momentos em que a vida está tão difícil que achamos que todos nossos esforços foram em vão, que todos os passos dados foram inúteis.  É tanta exaustão que temos vontade de jogar a toalha, desistir, voltar atrás, esquecer…

Mas, é justamente nessa hora que devemos recolher as forças para seguir adiante!

Não desista, persista!

Os desafios e obstáculos sempre estarão no caminho, mas faça deles motivos de fortalecimento, não de desânimo.

Lembre-se que quanto mais forte é a luz, maior é o incômodo de quem está no escuro. Se é uma parte sua que teme e resiste, encare-a e entenda a origem do medo, aceite-o e supere-o, mas desesperar jamais!

Muita luz, amor infinito e consciência de seu poder!

Namastê

Mensagem para a semana de 30 de Junho a 06 de Julho de 2019

DE ONDE VEM O SOFRIMENTO? – 3 de Espadas

Se formos capazes de observar e analisar honestamente nossas dores e sofrimentos, conseguiremos perceber que uma parte significativa deles vem do orgulho ferido e das expectativas frustradas. Sofremos diante de pessoas que não nos tratam da maneira que gostamos ou gostaríamos de ser tratados. Sofremos por não sermos reconhecidos como consideramos que deveríamos ser. Sofremos diante da decepção, da traição, da rejeição, do desprezo, da desvalorização…Three of Swords from sun and moon tarot

E por que vivemos isso? Primeiro, porque definimos nosso valor a partir dos outros. Se recebemos elogios, somos bons, se recebemos críticas, somos ruins. Ao fazermos isso, deixamos de ser e fazer o que realmente desejamos, ignoramos a voz de nosso coração. Nosso comportamento é determinado de acordo com aquilo que nosso meio aceita e valoriza, mas, quando não temos o retorno esperado, sofremos. Ao sacrificarmos nosso ser interno, nos distanciamos de nossa verdade, isso por si só já é grande gerador de dor, e quando nem assim recebemos aceitação e reconhecimento, o sofrimento é ainda maior.

O sofrimento também é proveniente de uma vã tentativa de criar um mundo perfeito (tal qual uma propaganda de margarina), um mundo seguro e idealizado em quem somos pessoas bem-sucedidas, estáveis e inabaláveis. Mas, é praticamente impossível manter esse mundo e nós mesmos nesses padrões tão elevados de perfeição.

Se nossa vida fosse um terreno, ele estaria tão repleto de coisas supérfluas e fantasiosas que não haveria espaço para colocar aquilo que verdadeiramente nos aquece a alma. E o pior, se não mudarmos nossa forma de ver e perceber a vida, continuaremos optando pelas quinquilharias (com valor superestimado) em vez de escolher nossos verdadeiros tesouros.

É o momento de libertação das crenças de que se é bom apenas quando isso é refletido em outros olhos. É hora de ouvir-se, perceber-se e, principalmente, valorizar-se! Entender que a verdade é aquela que flui de dentro de você.

Que sua semana seja iluminada e repleta de bons pensamentos e alegrias!

Namastê

Escolhendo o amor

O CAMINHO DO AMOR COMEÇA DENTRO DE NÓS *

Amor se escolhe? Nossa tendência natural – e romântica – é responder um sonoro NÃO! O amor é que escolhe a gente, o amor nos toma, nos envolve, nos arrebata!

Isso pode ser o que acreditamos, isso pode ser o que algumas pessoas colocam em prática, mais ainda: isso pode ser o que sonhamos, desejamos e esperamos. Esperamos, esperamos e esperamos o amor chegar, nos pegar em seus braços, nos acolher, nos aquecer e fazer de nossa vida um verdadeiro conto de fadas do amor romântico.

Clarice Linspector disse que o amor acontece enquanto estamos distraídas, mas parece que estamos atentas demais, com os olhos abertos demais para encontrar o amor. E é por isso que escolhemos.

A primeira escolha é entre a segurança e o risco de viver o amor. O quanto estamos dispostas e abertas internamente para o amor? Abertas para novos sentires, novas emoções e possíveis dores. Refazermo-nos e repensarmo-nos por meio da relação, termos nossas certezas abaladas, nossas verdades compartilhadas. Outro olhar sobre nós, um novo olhar sobre nós mesmas.  Medo da fragmentação, de não nos reconhecermos, de nos remodelarmos. Medo de mostrarmos nossas sombras, nos mostrarmos despidas de nossas máscaras, maquiagens e vestimentas e corrermos o risco de não sermos mais amadas. Medo de confrontarmo-nos com a sombra do outro, de nos assustarmos, de querermos fugir. Temor de não sermos  o que o outro espera, temor do outro não ser o que espera. Medo da desilusão, da decepção, da rejeição, do abandono, do fim.

O grande perigo está no risco da entrega. Espera-se e deseja-se tanto o amor, mas desejamos que o outro mostre primeiro que ama e que está se entregando, para só depois mergulharmos na emoção.

Quem disse que amor rima com segurança? Quem disse que amor se calcula, se controla e que pode ser pensado estrategicamente? O amor tira do eixo, descabela, inunda. O amor pulsa, perturba e deslumbra. O amor abala e encanta, bagunça e alegra, descabela e colore a vida!

Amor não é o mesmo que relacionamento afetivo. Podemos estabelecer muitas relações, mas nunca ter vivido o amor. Zygmunt Bauman, no livro Amor Líquido, diz:

“A súbita abundância e a evidente disponibilidade das ‘experiências amorosas’ podem alimentar (e de fato alimentam) a convicção de que amar (apaixonar-se, instigar o amor) é uma habilidade que se pode adquirir e que o domínio dessa habilidade aumenta com a prática e a assiduidade do exercício. Pode-se até acreditar (e frequentemente se acredita) que as habilidades do fazer amor tendem a crescer com o acúmulo de experiências, que o próximo amor será uma experiência ainda mais estimulante do que a que estamos vivendo atualmente ou excitante quanto a que virá depois.”

Amor também não é o mesmo que paixão. Paixão é um estado passageiro e transitório, pode até transformar-se em amor, mas não o é em sua essência. AMOR, assim, em caixa alta, é outra história.

Todas queremos amar – mesmo que nem todas reconheçam isso! Todas queremos encontrar um parceiro para viver essa experiência fantástica e transcendental.

E é aí que começam as outras escolhas!

Colocamos tantas exigências, tantas dificuldades que afastamos o amor. Esperamos que a pessoa certa apareça, mas não a encontramos. Sempre tem um defeito: é gorda ou magra demais; alta ou baixa demais; não tem o mesmo nível social, cultural ou econômico. Podemos conhecer alguém que tem  muita coisa a ver, mas que a história não foi para frente. Por quê? O que deu errado?

Acreditamos que nossa alma gêmea é a pessoa perfeita! Pessoa perfeita dentro daquilo que julgamos ser perfeição.

Às vezes, queremos tanto amar que ficamos encantadas pelas mais diversas pessoas e com todas elas acreditamos que agora vai dar! Buscamos incansavelmente o amor, tudo o que desejamos é encontrar alguém. Quem sabe daí pode surgir o amor?

Outras vezes, mesmo que não estejamos muito encantadas, deixamos rolar, afinal o outro está a fim, não custa tentar… e ficamos na eterna dúvida: continuo ou  termino? Pode não ser bem o que eu quero, mas é melhor do que ficar sozinha. Mas, se estiver sozinha posso encontrar alguém mais legal.

O amor é sentir, mas insistimos em dar nome, endereço e um belo currículo para ele. O amor é uma vibração que liga dois seres. Amor não é um bem a ser consumido que precisamos olhar a embalagem e checar sua composição para ver se está de acordo com nossas normas de segurança e nosso controle de qualidade.

Não controlamos o amor, não escolhemos quem vamos amar, mas escolhemos estar abertas ou fechadas ao amor.

As pessoas que entram em nossa vida não são fruto de uma escolha racional. Nada é por acaso! Atraímos aquilo que projetamos em nosso interior.  Apaixonamo-nos por aquelas pessoas que possuem qualidades que não temos, seja porque queremos incorporá-las, seja para reafirmarmos uma característica nossa.

Mas quanto mais completas nos sentimos, quando maior é a consciência de quem somos, o que podemos e o que queremos compartilhar, maior é a chance de que nossas relações afetivas mudem de padrão e passam a ter mais cumplicidade do que projeções.

Somos feminino e masculino, yin e yang, preto e branco. Somos o todo e um só. Essa dualidade interna faz parte de nossa existência.

Aceitemos quem somos sem maniqueísmos, permitamos a integração do consciente e inconsciente, façamos as escolhas que nos conduzem ao nosso caminho verdadeiro, sejamos fiéis a nós mesmas.

O caminho do amor começa dentro de nós. Sem união interna, a união externa torna-se frágil.  Quando as polaridades internas se fundem torna possível o encontro com outro ser também completo e integrado, e podemos enfim viver o amor, um amor que complementa e traz totalidade.

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* O texto foi escrito no feminino, não porque o amor seja “coisa de mulher”, mas porque é bom subverter a ordem estabelecida — mesmo que essa ordem seja gramatical.

 

 

Mensagem para a semana de 23 a 29 de Junho de 2019

O AMOR NÃO É UMA PROPAGANDA DE MARGARINA – 10 de Copas

Imagine uma família: papai, mamãe, um casal de filhos, em uma casinha gostosa, com o sol entrando, iluminando e aquecendo; todos lindos, sorridentes e felizes. Típica cena de propaganda de margarina, não? Essa família feliz é tão martelada, que já faz parte de nosso imaginário de felicidade emocional. Acabamos por perseguir esse sonho e ficamos frustrados quando esse ideal não é alcançado.

The Golden Tarot of Klimt

E o que fazemos para tentar atingir esse ideal de felicidade? Somos de fato felizes ou apenas estamos tentando garantir um padrão que dizem que é de felicidade? Muitas vezes, buscamos esse modelo por acreditar que algo tão perfeito dê segurança emocional, que nada de ruim possa acontecer. E que preço pagamos por isso? A anulação das emoções e o bloqueio dos impulsos.

Precisamos valorizar e reconhecer nossos vínculos afetivos – mesmo que eles não se pareçam com a propaganda de margarina! Passamos tanto tempo desejando algo que não percebemos as relações preciosas que possuímos em nossa vida. A casa pode não ser tão bonita, as pessoas podem não corresponder aos padrões estéticos, mas são nossa fortuna, nossa riqueza maior. Eles são nossa família, de sangue ou de vida, são nossos companheiros de jornada, são nossos mestres e discípulos nessa grande escola.

A grande mensagem do tarô é que não existe modelo de felicidade, não existe perfeição emocional. Quanto mais desejamos segurança emocional, maior é o preço a se pagar: obrigações, possessividade, exigências e falta de autenticidade. A felicidade não é determinada pela segurança, é definida pela espontaneidade!

Curta as pessoas de sua vida, brigue, faça as pazes, ame, sinta e lembre-se de que não há garantias quando se trata do sentir!

Um semana repleta de amor e felicidade genuína para você!

Namastê