10 de espadas

10 de Espadas

Até quando vamos duvidar de nossas verdades?

Desde que Descartes lançou o famoso “penso, logo existo” o pensamento galgou o posto de todo poderoso de nossa vida e os outros sentidos foram relegados aos planos mais inferiores. Inteligência, lógica e coerência tornaram-se os principais atributos; sensibilidade, intuição e percepção entraram para o rol das baboseiras e crendices.

Crendice. Palavra interessante, afinal, vem de crença e um conjunto de crenças “verdadeiras” representa o conhecimento. Mas, crendice não, crendice representa tudo aquilo que não se consegue explicar. E, justamente aí está o X da questão, o que é a verdade? Nessa sociedade cartesiana, verdade passou a ser tudo aquilo que fosse comprovável cientificamente, mas tem tantas coisas que não são comprováveis e sabemos que é verdade, como o amor, a fé, a amizade. Devíamos, então, colocá-las no rol das crendices? E as novas descobertas da física quântica? São falsas? Ah, tem muito físico que refuta todas as suas teorias.

Afinal, o que é a verdade? Em que acreditamos? Será verdade tudo aquilo que muitas pessoas concordam? Será verdade tudo aquilo que já ouvimos a nosso respeito? Será verdade que os caminhos do bem-estar são apenas aqueles que alguém já traçou? O que é verdade para você?

Nos acostumamos tanto com as verdades absolutas e divulgadas pela sociedade, cultura, governos, mídia, que estamos sistematicamente duvidando de nós mesmos. Duvidamos do que sentimos, do que intuímos, do que percebemos. Nos maltratamos tanto seguindo verdades que não são as nossas e, mesmo assim, temos tanta dificuldade de nos libertar dessas amarras! Por quanto tempo viveremos esse sofrer? Por quanto tempo anularemos nossa essência em nome de uma verdade que não é a nossa?

Magda Kumara

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