XVIII – A Lua
Muitos de nossos problemas existem porque não os enfrentamos!
Só existe sombra, se existir a luz. A Lua é o complemento oposto do sol. Se o sol aquece, a lua é fria; se o sol ilumina, a lua oculta.
A carta da Lua apresenta nossa sombra: nossos aspectos escondidos, escondidos porque, em algum momento da vida, acreditamos que eles eram feios, maus, monstruosos. E se alguém os visse ou entrasse em contato com eles, deixaria de nos amar, ficaria decepcionado. Essa sombra é como uma grande tapete que fomos escondendo tudo que achávamos inadequados, tapete este que remonta desde nossa infância.
Se o Tarô nos apresenta esta carta hoje, significa que quanto mais tentamos fugir e esconder nossa sombra – de nós mesmos – mais nos sentiremos naufragando.
Há uma imagem que gosto muito, a imagem do poço. Imagine que você está em um poço, que você está se segurando para não cair, você tem muito medo de cair e tenta, com todos os seus esforços, voltar à superfície. Mas, apenas para se segurar nas paredes do poço são gastas todas as suas energias, não sobra nada para subir. É essa a mesma sensação de passar uma vida fugindo dos seus medos, escondendo de si mesmo seus problemas, traumas e tudo aquilo que não gosta em você.
Deixar-se cair e chegar até o fundo do poço, pode parecer ser derrotado, mas não é! Descer até o fim representa imergir, relaxar, acolher seus medos e aceitar quem se é. É libertador! Além do mais, recupera-se a energia para, aí sim, começar a subida, compreendendo-se, amando-se, livre do passado e de todo o peso das coisas escondidas.
Magda Kumara
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