Isso é dito tanto para uma criança que parece fazer “birra” e até para alguém que tenta o suicídio. Dizer que uma pessoa está querendo chamar a atenção vem carregado do julgamento que ela está querendo aparecer, que é mimada ou que é egoísta, egocêntrica.
Por que não se pode simplesmente pensar que esse ser está PRECISANDO de atenção? Precisando ser visto, percebido, acolhido. Talvez apenas necessite de afeto, amor e segurança.
O bebê no berço berra e os pais acham melhor ele aprender que não pode ter tudo na vida. Deixa chorar, uma hora cansa e para. E a criança está lá, sentindo-se amedrontada, sozinha e muito insegura. Onde estão as pessoas que cuidam dela e de quem ela precisa para viver? Estão se sentindo culpadas, cansadas e acreditando que ela precisa aprender a ficar sozinha, precisa entender que não vai conseguir o que quer no choro, que tudo tem limite. Uma tentativa para não torná-la em uma criança mimada, que pode ter tudo na mão.
Mesmo com boa intenção (desenvolvida por muitos livros de psicologia), os pais estão aprofundando o medo, a sensação de abandono e solidão. Essa criança passará a vida tentando ter atenção ou acreditando que não merece amor.
Querer atenção é legítimo! Precisamos do olhar do outro, necessitamos nos ver no olhar do outro. Não é à toa que uma das maiores violências que se pode cometer é desprezar alguém. Sentir essa frieza e indiferença gela a alma e faz questionar-se sobre seu valor, afetando a autoestima.
Então, quando vier o pensamento “Só está querendo chamar a atenção”, reflita um momento sobre o que essa pessoa (pode ser você!) está precisando. Que necessidade humana não está sendo atendida? O que está faltando e que precisa ser preenchido? Isso é empatizar, isso é ver o humano que existe e quer existir por trás da aparência do “só está querendo aparecer!”