XV – O Demônio
Antes de mais nada, não fique impressionado com o nome da carta. A carta do Demônio representa nossos instintos e, por isso mesmo, está associado a ele. A figura do diabo foi utilizada pela igreja com o objetivo de conter os instintos humanos, transformando-os em pecado. Dar vazão aos instintos era duramente censurado, não é para menos que a Idade Média foi marcada por atrocidades cometidas pela Igreja para acabar com as coisas que considerava do diabo.
Mas, hoje sabemos muito bem que tudo é dual, nada é unívoco! Assim, também o é a carta do Demônio, que simboliza os instintos sexual, de defesa, de preservação e de pertencer a grupos. Quando exercitamos conscientemente nossos instintos eles vem acompanhados de prazer e alegria. É como beber água quando temos sede.
Passamos a vida ouvindo que temos que refrear nossos instintos. E nessa busca da “normalidade” e da aceitação social, seguimos reprimindo nossos instintos. Negamos nossos impulsos e desejos, vivemos no conformismo e na renúncia do nosso íntimo. Aceitamos e obedecemos às normas e nos deixamos manipular.
A carta do Demônio vem nos lembra que quanto mais reprimimos nossos instintos, mais nos distanciamos de nós mesmos, Precisamos liberá-los sem mais dar desculpas intelectuais e morais para censurá-los e manter essa falsa sensação de controle, Precisamos trabalhar e expressar nossos instintos, identificando e desativando as causas de seu bloqueio.
Quando integramos nossos instintos estamos nos conhecendo, nossos medos vão perdendo a força e nos tornamos mais vitais, alegres e bonitos!