A essência começa a se expressar sem tensões ou angústias.
XIV – A Temperança
Em uma semana em que o Tarô nos aconselhou reiteradamente a unir o ser e o fazer, somos agraciados por uma carta que nos mostra caminhos para realizar essa empreitada.
A Temperança nos ensina que nesse processo de integração – do ser e do fazer – devemos colocar intenção em cada ação e não nos resultados que ela possa dar. Isso quer dizer que não adianta forçar a ser o que não se é, não adianta forçar que algo aconteça. Tudo tem um fluir e esse fluir deve ser natural. Não se consegue mudar o fluxo de um rio, por que então tentamos mudar quem somos ou quem amamos? Buscar resultados futuros nas ações gera ansiedade.
Os melhores resultados são obtidos quando fazemos aquilo que nos dá mais prazer, aquilo que é uma expressão natural de quem somos. Não exige esforço, só é necessário estar focado na voz que vem de nosso interior e não dar ouvidos às outras tantas vozes (da família, da sociedade e, principalmente, do ego) que nos desviam de quem somos! Quanto menos pensamos nos resultados e ficamos mais absorvidos na própria ação ela se torna um fim em si mesma e não um meio para atingir um objetivo futuro.
A nossa vontade verdadeira é um desejo que vem do inconsciente e que nos toma o corpo todo e flui lindamente. Mas, quando é a vontade do ego, ela está projetada no futuro, nos resultados da ação, atendendo ao seu desejo de reconhecimento e status.
Mais uma vez, então, o Tarô nos aconselha a nos aproximar e executar atividades que tenham mais a ver com o que somos. Aquelas atividades que sempre nos atraíram, mas que nunca ousamos levar adiante. Mas, sem pressa, deixemos fluir com prazer, amor e criatividade, permeado por uma forte sensação de realização.