VIII – A Justiça
por Magda Kumara
Equilíbrio, quem não quer?
Você já quis ser daquelas pessoas super equilibradas, que mantém a calma em momentos de tensão, que são comedidas, que parecem nunca ter feito besteiras como falar sem pensar, beber mais do que deveria, pagar mico? Eu já! Sempre admirei tanto essas pessoas que queria ser igual a elas, mas nunca consegui. E hoje eu digo, ainda bem!
Primeiro, porque quem é tão coolassim está definitivamente reprimindo suas emoções. Essas pessoas que parecem tão ajustadas, em algum momento explodem – e isso é o melhor que pode lhes acontecer! – e explodem meio que do nada. É aquela famosa gota d’água. Sufocam tanto as emoções que, sem aviso, botam tudo para fora. E junto com essa corrente levam nossa admiração e deixam um rastro de medo e decepção.
Equilíbrio racional não é duradouro. Por mais que a mente domine, ela é fria, ela não considera os aspectos emocionais, ela julga e condena. Esse tipo de equilíbrio é forçado, não é natural e, por isso mesmo, tende a ser extremista: oito ou oitenta, preto e branco, bom e mau.
Segundo, porque essas pessoas que tentam ser equilibradas a todo custo são muito chatas e parecem não estar vivas. Dá vontade de cutucar a onça para acordá-la, mesmo que isso assuste, mas, pelo menos percebemos que alguém vive embaixo da camada de gelo
Ninguém gosta de viver em constante montanha russa emocional, mas, de nada adianta não reconhecer e tentar esconder essa parte pulsante e integrante de nossa personalidade. A emoção deve ser incorporada à vida, não como um problema, mas como um aspecto essencial que nos proporciona sensibilidade, empatia e afetividade. Quanto mais a emoção for respeitada e colocada lado a lado com o racional, maior será o equilíbrio, o verdadeiro equilíbrio.