V – O Hierofante
por Magda Kumara
Além do que os olhos podem ver…
O autoconhecimento é a principal maneira de reduzirmos o sofrimento. Quando observamos, compreendemos e perdoamos sinceramente– aos outros e a nós mesmos – pelas nossas feridas, as dores diminuem até cicatrizarem. Por mais difícil que seja senti-lo, o sofrimento nos ajuda a entender as dores humanas, nos deixa mais próximos uns dos outros, fortalece a solidariedade e a empatia.
Quando alguém está sofrendo, a compreensão da espiritualidade é um alento e um grande apoio para continuar a jornada. A compreensão de que nossa existência é maior do que julgamos, de que a dor que sentimos é parte do processo de evolução espiritual, de que tudo que vivenciamos é fruto de nosso livre arbítrio para aprimoramento e elevação dá sentido a cada tragédia pessoal vivenciada.
A percepção de si mesmo de forma ampliada, ultrapassando os limites físicos, em profunda relação com seu mestre interior, possibilita reconhecer-se para além dos papéis predefinidos. Não há vítima, vilão ou herói; não há ganhador ou perdedor; não há certo e errado. O que há é uma convicção de que cada passo, cada tombo, cada nova etapa representa uma parte de algo muito maior, uma jornada única e divina de cada ser com sua própria essência e processo espiritual.
A espiritualidade quando incorporada na vida, no entendimento de que todos os atos e ações estão intrinsecamente associados às questões do espírito, traz luz e esclarecimento às adversidades e às alegrias.
Há um tanto na vida que é muito maior do que nossos olhos físicos podem ver, mas que nossa intuição percebe nitidamente e reconhece como o sentido do próprio existir.