X – A Roda da Fortuna
por Magda Kumara
Sobe e desce, começo e fim… a dinâmica da vida.
Num parque de diversões a roda gigante é uma das atrações. Quando estamos nela e vamos para o alto, dá um friozinho na barriga, um misto de excitação e medinho. Todos estão tão pequenos lá embaixo, a vista é tão bonita, é tão alto… mas, logo se inicia a descida e estar no mesmo nível não é tão agradável, não é divertido, queremos subir!
A vida é como a roda gigante. Tem dias que parece que o mundo conspira a seu favor: elogios, êxitos, tudo parece dar certo. Mas, há outros dias… Tudo dá errado, desde a hora que acorda até a hora de dormir. Era melhor nem ter saído de casa!
Além dessas mudanças diárias, há as mudanças na própria vida: paixões e separações, novos projetos e fracassos, nascimentos e mortes. A vida é igual à roda gigante: não ficamos em cima o tempo todo, se subimos, teremos que descer. Tudo que começa, acaba. Os eternos ciclos. Mas, por que não nos acostumamos a isso?
Queremos eternizar nossas alegrias, nos apegamos àquilo que amamos e rezamos muito para que nada atrapalhe nossa felicidade. Sem perceber que dessa maneira estamos promovendo nosso próprio infortúnio. As mudanças fazem parte da dinâmica da vida e, quanto mais lutamos contra elas, mais sofremos quando ocorrem.
A essência do sofrimento humano está em querer mais e mais do que gosta e menos, muito menos, daquilo que desagrada. E entre essa ânsia e aversão sofre-se ante a iminência de que ocorra o contrário do que deseja. Aceitar que tudo na vida é impermanente possibilita curtir e aproveitar integralmente o que faz bem e aceitar que aquilo que faz mal também terminará.