6 de Paus
Realização profissional para poucos ou para todos?
Existem momentos na vida que são marcantes! Momentos em que nos sentimos realizados, que percebemos que nossa energia investida em uma atividade foi tão bem aplicada que reverbera, que emana, que nos envolve. Momentos assim podem ser raros ou frequentes, tudo depende do que fazemos, ou melhor, como escolhemos o que fazer.
Algumas pessoas podem achar que não há escolha, temos que sobreviver e, portanto, devemos trabalhar no que paga melhor ou, na pior das hipóteses, naquilo que encontramos, que há no mercado. Escolher trabalho? É coisa de quem não precisa de dinheiro, de quem não tem que pagar as contas! Muita gente pensa assim, pensa que é luxo de uma minoria desejar e procurar um trabalho que atenda suas necessidades psíquicas e intelectuais, não apenas financeiras. Afinal, a vida é dura, tem que se esforçar, trabalho não é prazer. São tantas as mensagens negativas emitidas sobre a relação com o trabalho que fica difícil acreditar que pode ser melhor! A satisfação profissional é mérito de alguns poucos escolhidos, dos bem relacionados, os de QI alto – tanto intelectual, quanto de indicação. Sucesso profissional, então, desista, é questão de sorte! Se não dá para ter satisfação nem sucesso, segue-se o lema: se pagar bem, que mal tem? Faço qualquer coisa, pelo menos posso ter uma vida confortável, comprar coisas, viajar nas férias… e passar boa parte de minha vida em uma atividade em que suga um bocado de energia, sem deixar muita coisa no lugar.
A sobrevivência física é parte da vida, parte muito importante e inegável. Não é essa a discussão! A discussão é: o que aprendemos e tomamos como verdade a respeito de nossa sobrevivência? Durante a vida ouvimos repetidamente frases do tipo: isso não dá dinheiro!, você acha que vai pagar as contas fazendo isso?, o bom é ter um salário no fim do mês, não importa fazendo o que!, para de sonhar, a vida não é feita de sonhos e sim de muito suor! E de tanto escutar essas coisas, deixamos de lado nossas “fantasias” e embarcamos no bonde em que todos devem estar. O pior de tudo isso é que não é por um tempo, abandonamos efetivamente nossos sonhos, seguimos o caminho padrão e acreditamos que ele é único.
Nem sempre fazemos o que gostamos, nem sempre temos a felicidade de trabalhar naquilo que nos realiza, afinal, precisamos trabalhar! Mas, podemos manter acesa nossa luz, podemos fazer do trabalho de hoje um modo de sobreviver para poder realizar nosso sonho amanhã, aos poucos, paulatinamente. Afinal, os momentos de realização não podem ser raros, fazer o que se gosta não pode ser exceção, levar uma vida que tenha a nossa cara deve ser a regra, a regra de nossa vida!
Magda Kumara
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