VII – O Carro
Para o novo entrar, o velho deve partir!
Nessa época do ano é muito comum ligarmos a televisão e vermos as chamadas “Retrospectivas”. São mostrados os principais acontecimentos, os momentos felizes e os trágicos, os casamentos, nascimentos e mortes de pessoas famosas, enfim, aquilo que determinada emissora considera importante contar e deixar registrado na mente dos espectadores.
Não é muito diferente com a gente. O final do ano é normalmente um momento de balanço da vida. Olhamos para o que foi, analisamos os bons e maus momentos, as boas coisas e as coisas ruins que nos aconteceram, o realizado e o não realizado, e começamos a desenhar o próximo ano.
Para iniciar novos projetos, um novo começo em algum aspecto da vida, temos que abrir espaço para isso. É o mesmo que fazemos (ou deveríamos fazer) com nos armários: tirar o que não usamos mais para dar espaço para as novas roupas e objetos. Quanto mais entulho carregamos, mais difícil é a caminhada. Nada se inicia verdadeiramente sem finalizar o processo anterior, mesmo que ainda não saibamos o que queremos, somos capazes de dizer o que não queremos mais. Aí está um belo começo!
Deixar a vida levar fica bem em letra de música, mas na prática significa ser refém dos acontecimentos, bons ou maus. A vida não está pré-destinada, ela é fruto de nossas ações. As pessoas que escolhem ser levadas pelas circunstâncias têm tanto medo – seja do fracasso, seja do sucesso – que se escondem atrás da cortina, esperando o espetáculo acabar e desejando ardentemente receber os aplausos finais. Contudo, se em vez de aplausos, vierem as vaias, estão protegidas da exposição. Triste, mas muitos optam por esse lugar, lugar de passividade e muito sofrimento.
Quando assumimos as rédeas de nossa vida, podemos dar a direção que desejamos. Podemos entrar em caminhos estranhos, encontrar pessoas esquisitas, enfrentar situações improváveis, mas o modo como encaramos essa realidade e aprendemos com ela nos torna mais fortes e conhecedores de nós mesmos. Podemos também encontrar caminhos iluminados, pessoas maravilhosas e situações reconfortantes. O caminho pode não ser sempre belo e alegre, mas o caminhar, com os próprios pés, tornam a jornada mais verdadeira e real.
O ano de 2013 está terminando, mas tudo que vivenciamos nele é aprendizado, é construção. Cada crise, dificuldade, tensão nos obrigou a dar respostas, nos levou à reflexão. Se quisermos encerrar um ciclo e iniciarmos outro no ano de 2014, devemos ser capazes de nos libertar das amarras que nos prendem a situações, pessoas, projetos, trabalhos, relações que não nos satisfazem mais. Que nossos desejos possam se realizar, a partir de nossa própria vontade e determinação!
Magda Kumara
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