6 de Copas
Deliciar-se com aquilo que verdadeiramente agrada!
A infância é uma etapa da vida em que olhamos o mundo com olhos esperançosos e vibrantes. Percebemos nosso corpo de maneira intensa, a dor e o prazer são genuínos. A espontaneidade é a marca registrada, os sentimentos e emoções são expressos sem censura. Sonhávamos, imaginávamos o que gostaríamos de ser e fazer; não acreditávamos nas amarras e nos pudores sociais, existíamos plenamente.
Algumas crianças perderam sua infância mais cedo do que outras; algumas crianças bloquearam sua espontaneidade muito precocemente; algumas crianças cortaram o contato com seu fluxo interno prematuramente. A criança tem senso de sobrevivência e identifica inconscientemente o que o meio em que cresce esperara dela para continuar fornecendo o alimento físico e emocional que carece para continuar viva.
Não é a toa que os processos terapêuticos têm como foco principal a infância, pois é lá que começa a desconexão com o que efetivamente somos, é lá que começamos a forjar nossa personalidade, nossos quereres, nossos prazeres e desejos de acordo com o que recebemos de estímulo positivo ou negativo. Os adultos fazem com as crianças o mesmo que o Pavlov fez com os ratinhos: condicionamento! Ficamos tão condicionados a agir e reagir dentro de uma estrutura conhecida, que desconhecemos a nós mesmos, descartamos nossos impulsos primordiais e seguimos o caminho que nos mostraram, não o que desbravamos com nossos próprios pés.
Você gosta do que? O que lhe dá prazer? O que é que ilumina sua alma e alegra os teus momentos? Qual seu sonho, seu desejo? O que disso foi ensinado, aprendido, forjado? O que disso tudo é efetivamente seu?
A vida está aí, a infância não volta, mas é possível resgatar a parte de nós que foi perdida e abandonada, reintegrá-la para podermos ser mais inteiros, mais plenos e muito mais vivos!
Magda Kumara
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